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sexta-feira, 17 de junho de 2011

JANTAR ANTECIPA DIA DOS NAMORADOS

Dia 11 de junho aconteceu mais um evento em prol da construção do Santuário Jesus Misericordioso. Um jantar no jardim interno da Igreja Matriz com musica ao vivo embalou a noite dos casais que marcaram presença, já antecipando o dia dos namorados.
Parabéns aos grupos de jovens que se empenharam na organização. E obrigado a todos que se fizeram presentes, colocando mais um tijolo, o tijolo da solidariedade na construção desta grande obra. Obrigado!
Dia 12 de junho aconteceu mais um evento emprol da construção do Santuário Jesus Misericordioso

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

PARÓQUIA DE TUTÓIA REALIZA ASSEMBLÉIA

Nos dia 25, 26 e 27 de fevereiro de 2011, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição estará realizando mais uma Assembléia de Formação, Avaliação do biênio  2008 a 2010 e Planejamento Pastoral para 2011 a 2012. Estão sendo convocados representantes de todas as comunidades, que nesses dois dias e meio refletirão sobre a experiência das Comunidades Eclesiais de Base, desde a década de 60 até o  presente, nomes que figuram este período e o que diz o Documento de Aparecida acerca do tema.
Será um grande momento da nossa Igreja porque mais uma vez se sentará para definir de forma democrática o que ela pretende no que diz respeito às suas ações nos vários campos de atuação da sua pastoral.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

DOM HELDER CÂMARA O NOSSO PROFETA

 LEGADO DE DOM HÉLDER CÂMARA


Por Frei Betto

O arcebispo Dom Helder Camara (1909-1999) é figura singular na história da Igreja Católica no Brasil. Diminuto, magérrimo, poucos o superavam em oratória: adornava as ideias com gestos efusivos e um senso de humor incomum ao se tratar de bispos. Por onde andasse, lotava auditórios: Paris, Nova York, Roma... Entre os anos de 1960-80, apenas dois brasileiros gozavam de ampla popularidade no exterior: Pelé e Dom Helder.

Tamanho o carisma dele que, em 1971, em Paris, convidado a falar num salão capaz de comportar 2 mil pessoas, tiveram que transferi-lo para o Palácio de Esportes, que abriga 12 mil.

Hábitos simples
Conheci-o em 1962, ao chegar ao Rio, vindo de Minas, para integrar a direção nacional da JEC (Juventude Estudantil Católica). Dom Helder era bispo-auxiliar da arquidiocese carioca e responsável pela Ação Católica. Vivia de seu salário como assessor técnico (aprovado em concurso público) do Ministério da Educação, morava modestamente, almoçava em botequim – ou melhor, beliscava, pois a vida toda comeu como passarinho – e subia as favelas como quem se sente em casa, sempre trajando batina, hábito mantido por toda a vida, mesmo quando o Concílio Vaticano II (1962-1965) permitiu aos clérigos saírem à rua em trajes civis.

Desde seus tempos de seminarista em Fortaleza – nascera em Messejana, hoje bairro da capital cearense – Dom Helder cultivava hábitos incomuns: deitava-se por volta das dez ou onze da noite, levantava-se às duas da madrugada, trocava a cama por uma cadeira de balanço, na qual orava, meditava, lia e escrevia cartas e poemas. Todos os seus livros foram concebidos naquele momento de “vigília”, como dizia. Às quatro retornava ao leito, dormia por mais uma hora para, em seguida, celebrar missa e iniciar seu dia de trabalho.

Com frequência Dom Helder visitava a “república” das Laranjeiras, onde se amontoavam os estudantes dirigentes da JEC e da JUC (Juventude Universitária Católica). Betinho (Herbert Jose de Souza) e José Serra, líderes estudantis, encontravam ali hospedagem garantida ao vir de Minas ou São Paulo.

Era Dom Helder quem nos assegurava, graças a seus relacionamentos em todas as camadas sociais, passagens aéreas pelo Brasil, bolsas de estudos, e até alimentação. Na época, o governo dos EUA, preocupado com a ameaça comunista na América Latina (sobretudo após a vitória da Revolução Cubana), lançara a campanha “Aliança para o Progresso”, que consistia, basicamente, em remeter alimentos às famílias miseráveis.

Para socorrer-nos da penúria na “república”, Dom Helder, responsável pela distribuição dos donativos, nos enviava caixas de papelão contendo o que denominávamos “leite da Jaqueline” e “queijo do Kennedy”. Como os produtos ficavam meses no porto, sujeitos ao calor carioca, vários de nós tivemos problemas de saúde por ingeri-los.

Senso de oportunidade
O maior sonho de Dom Helder era a erradicação da miséria no mundo. Sonhava com o ano 2000 sem fome. Ainda no Rio, criou o Banco da Providência e a Cruzada São Sebastião, no intuito de pôr fim às favelas. Graças a doações, edificou no Leblon um conjunto de prédios, para cujos apartamentos transferiu famílias de uma favela próxima. Não deu certo. Sem recursos para pagar os impostos (luz, água, telefone...), os moradores passaram a sublocar os domicílios e a obter renda graças à venda de torneiras, pias e outras peças do imóvel.

Para angariar recursos a suas obras, Dom Helder não titubeava em comparecer a programas de auditório de grande audiência televisiva. Certa ocasião, foi convidado por um apresentador para sortear prendas expostas no palco e vistas por todos, exceto pela pessoa trancada numa cabine opaca. Calhou de ser um desempregado. “Seu Joaquim, o senhor troca isto por aquilo?” E sem nomear o objeto, Dom Helder apontava um liquidificador e, em seguida, um carro. Seu Joaquim respondia “sim” e toda a platéia vibrava. Em seguida, Dom Helder indagou se trocava o carro por um abridor de latas. O homem topou. E não mais arredou pé, cismou que escolhera a melhor prenda. Ao sair da cabine, recebeu dos patrocinadores, decepcionado, o abridor. E Dom Helder mereceu um polpudo cheque. O arcebispo não teve dúvidas: “Seu Joaquim, o senhor troca este cheque pelo abridor?”

No dia seguinte, no Palácio São Joaquim, onde funcionava a cúria do Rio, criticamos Dom Helder por ter aberto mão de um recurso que poderia reforçar suas obras sociais. Ele justificou-se: “Perdi o cheque, ganhei em publicidade. Esperem para ver quanto dinheiro vou angariar.”

Visão empreendedora
Homem carismático, dotado de forte espírito gregário, era difícil alguém – incluído quem o criticava – não se deixar envolver pela energia que dele emanava no contato pessoal. JK quis que se candidatasse a prefeito do Rio. Dom Helder jamais aceitou meter-se em política partidária; bastava-lhe, como lição, o erro de juventude, quando demonstrou simpatia pelos integralistas.

Por sua iniciativa, foram fundados, em 1955, o CELAM – Conselho Episcopal Latino-Americano -, que congrega e representa os bispos do nosso Continente, e a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, pólo articulador dos prelados de nosso país, do qual ele foi o primeiro secretário-geral.

Bispo vermelho
Numa época em que não havia Igreja progressista nem Teologia da Libertação, Dom Helder, graças à sua sensibilidade social e sua opção pelos pobres, era tido por comunista, difamação acentuada após a implantação da ditadura militar no Brasil, em 1964. Costumava comentar: “Se defendo os pobres, me chamam de cristão; se denuncio as causas da pobreza, me acusam de comunista”.

Nomeado arcebispo de São Luís (MA) no mesmo mês do golpe, antes de tomar posse o papa Paulo VI o transferiu para Olinda e Recife, onde permaneceu até morrer.

Em 1972 o nome de Dom Helder despontou como forte candidato ao Prêmio Nobel da Paz. Há fortes indícios de que não foi laureado por duas razões: primeiro, pressão do governo Médici. A ditadura se veria fortemente abalada em sua imagem exterior caso ele fosse premiado. Mesmo dentro do Brasil Dom Helder era considerado persona non grata. Censurado, nada do que o “arcebispo vermelho” falava era reproduzido ou noticiado pela mídia de nosso país.

A outra razão: ciúmes da Cúria Romana. Esta considerava uma indelicadeza, por parte da comissão norueguesa do Nobel da Paz, conceder a um bispo do Terceiro Mundo um prêmio que deveria, primeiro, ser dado ao papa...

No Recife, Dom Helder lançou a Operação Esperança: promoveu reforma agrária nas terras da arquidiocese; passou a visitar favelas, mocambos e bairros pobres; estreitou laços com artistas, universitários e intelectuais.

Graças ao seu poder de articulação e carisma profético, em 1973 bispos e superiores religiosos do Nordeste fizeram ecoar a primeira denúncia cabal à ditadura feita por católicos: o manifesto “Ouvi os clamores de meu povo”. O documento, recolhido pela repressão, foi divulgado através de edições clandestinas mimeografadas.

Homem de fé
Um dia, o governo militar, preocupado com a segurança do arcebispo de Olinda e Recife, temendo que algo acontecesse a ele – um atentado ou “acidente” - e a culpa recaísse sobre o Planalto, enviou delegados da Polícia Federal para lhe oferecer um mínimo de proteção. Disseram-lhe: “Dom Helder, o governo teme que algum maluco o ameace e a culpa recaia sobre o regime militar. Estamos aqui para lhe oferecer segurança”.

Dom Helder reagiu: “Não preciso de vocês, já tenho quem cuide de minha segurança”. “Mas, Dom Helder, o senhor não pode ter um esquema privado. Todos que dispõem de serviço de segurança precisam registrá-lo na Polícia Federal. Esta equipe precisa ser de nosso conhecimento, inclusive devido ao porte de armas. O senhor precisa nos dizer quem são as pessoas que cuidam da sua segurança.”

Dom Helder retrucou: “Podem anotar os nomes: são três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.”

Dom Helder morava numa casa modesta ao lado da igreja das Fronteiras, no Recife. Frequentemente, as pessoas que tocavam a campainha eram atendidas pelo próprio arcebispo. Certa noite, a polícia fez batida numa favela da capital pernambucana, em busca do chefe do tráfico de drogas. Confundiu um operário com o homem procurado. Levou-o para a delegacia e passou a torturá-lo.

Pela lógica policial, se o preso apanha e não fala é porque é importante, treinado para guardar segredos. Vizinhos e a família, desesperados, ficaram em volta da delegacia ouvindo os gritos do homem. Até que alguém sugeriu à esposa do operário recorrer a Dom Helder.

A mulher bateu na igreja das Fronteiras: “Dom Helder, pelo amor de Deus, vem comigo, lá na delegacia do bairro estão matando meu marido a pancadas.” O prelado a acompanhou. Ao chegar lá, o delegado ficou assustadíssimo: “Eminência, a que devo a honra de sua visita a esta hora da noite?”

Dom Helder explicou: “Doutor, vim aqui porque há um equívoco. Os senhores prenderam meu irmão por engano.” “Seu irmão?!” “É, fulano de tal – deu o nome – é meu irmão”. “Mas, Dom Helder – reagiu o delegado perplexo -, o senhor me desculpe, mas como podia adivinhar que é seu irmão. Os senhores são tão diferentes!”

Dom Helder se aproximou do ouvido do policial e sussurrou: “É que somos irmãos só por parte de Pai”. “Ah, entendi, entendi.” E liberou o homem.

De fato, irmãos no mesmo Pai.

Perseguições e direitos humanos
Durante o regime militar, Dom Helder moveu intensa campanha no exterior de denúncia de violações dos direitos humanos. O governador de São Paulo, Abreu Sodré, tentou criminalizá-lo. Alegava ter provas de que Dom Helder era financiado por Cuba e Moscou. Alguns bispos ficavam sem saber como agir, como foi o caso do cardeal de São Paulo, Dom Agnelo Rossi, amigo do governador e de Dom Helder. Não foi capaz de tomar uma posição firme na contenda. Mais tarde a denúncia caiu no vazio, não havia provas, apenas recortes de jornais.

Incomodava ao governo ver desmoralizada, pelo discurso de Dom Helder, a imagem que ele queria projetar do Brasil no exterior, negando torturas e assassinatos. Dom Helder ressaltava que, se o governo brasileiro quisesse provar que ele mentia, então abrisse as portas do país para que comissões internacionais de direitos humanos viessem investigar, como havia feito a ditadura da Grécia.

Se hoje, na Igreja, se fala de direitos humanos, especificamente na Igreja do Brasil, que tem uma pauta exemplar de defesa desses direitos, apesar de todas as contradições, isso se deve ao trabalho de Dom Helder. Nenhum episcopado do mundo tem agenda semelhante à da CNBB na defesa dos direitos humanos. A começar pelos temas anuais da Campanha da Fraternidade: idoso, deficiente, criança, índio, vida, segurança etc. Neste ano de 2010, economia. Isso é realmente um marco, algo já sedimentado. Também as Semanas Sociais, que as dioceses, todos os anos, promovem pelo Brasil afora, favorecem a articulação entre fé e política, sem ceder ao fundamentalismo.

A Igreja Católica e o Brasil devem muito a Dom Helder Câmara, que desclandestinizou a pobreza existente em nosso país e induziu poder público e cristãos a encarar com seriedade os direitos dos pobres à vida digna e feliz. O profeta nascido em Messejana foi, sim, um autêntico discípulo de Jesus Cristo.

Frei Betto é escritor, frade dominicano, assessor de movimentos populares, autor do romance “Um homem chamado Jesus”

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

UMA NOITE DE BÊNÇÃOS

Há uma música que tem na sua letra a frase "chuva de graças". Creio que foi o que vivenciamos na noite de 22 de janeiro no Clube Aliança Show em Tutóia. Nós recebemos uma chuva de graça, derramada por Deus através da oração, do canto e da meditação feitas pelo Ministério Adoração e Vida. Só quem teve a disposição de está naquele ambiente, pôde perceber isso. O Ministério cantou, encantou, convenceu e sempre com a felicidade de não demonstrar que eram eles, mas eles eram sim um canal, uma via, uma nuvem através dos quais Deus derramava naquela noite suas graças.
Obrigado Ministério Adoração e Vida, obrigado meus irmãos de Tutóia que se empenharam, lutaram, apostaram, se envolveram, se doaram, obrigado todas as equipes, obrigado pessoas anônimas, obrigado Senhor, porque tu permitistes que tua graça pudesse ser chovida, derramada naquela noite não apenas sobre aqueles que ali se juntaram, mas sobre toda a nossa comunidade.
Deus abençôe a todos.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Tutoia no TWITTER do MAV




Mais uma vez a Comunidade Católica de Tutoia empreendeu um grande trabalho em benefício do Santuário Jesus Misericordioso!  Confirmou-se a máxima de que "a união faz a força", ao se presenciar o show de organização e dedicação para receber o Ministério Adoração e Vida! Os grupos de trabalho que realmente se doaram estão de parabéns! Provou-se que se podem realizar eventos de grande porte, basta que todos ajudem, seja com trabalho, seja com dinheiro, seja com ideias (ou até mesmo livrando o coração de sentimentos mesquinhos e atitudes de competição), tudo isso com muito amor às coisas de Deus!

O Show neste sábado 22/01, foi mais uma bênção derramada aos Tutoienses Católicos! O Ministério Adoração e Vida, cantou, louvou e encantou a todos. Pura Unção!

 Louvável o trabalho daqueles que se empenharam como voluntários e doadores, com muita entrega e total despreendimento. Parabéns, ao público que compareceu, certamente todos saíram cheios do Espírito Santo!
Quem não compareceu, perdeu um lindo Show e a santa oportunidade de colaborar! Mas não faltarão oportunidades.

A Paróquia, segue em frente com os trabalhos para a construção do Santuário. Logo, logo teremos uma vasta programação! Aguardem!

Por enquanto, pode-se ajudar depositando qualquer quantia no cofre que se encontra na Igreja Matriz de Tutoia, ou entrando em contanto com a Paróquia.

Confira no Twitter, o MAV comentou sua estada em Tutoia: TWITTER MAV

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A ESPECTATIVA É DE UM GRANDE SHOW


Faltando apenas três dias para o grande show com o Ministério Adoração e Vida, a Paróquia de Tutóia vive um momento de grande espectativa. Aliás, não só nossa paróquia, como todos aqueles que virão de outras paróquias e se juntarão conosco nessa noite que com certeza será uma noite de muitas graças, bênçãos, orações, vangelização. Um presente de Deus para todos nós.
Esse show significa muito pará nós. Ele é parte de toda uma dinâmica que nossa paróquia abraçou a partir de um modelo, de uma filosofia de trabalho que aqui iniciamos. Nesse sentido, esse evento não é uma coisa separada, desligada, mas é algo, parte de um conjunto de atividades, ações, projetos, estratégias que nós criamos para sermos uma paróquia cada vez mais alegre, viva, atuante, em movimento,  e claro, com o propósito de tornar Jesus seu Evangelho e sua pessoa cada vez mais conhecidos na mente e no coração do nosso povo.
LEMBRANDO:
O show acontecerá no clube Aliança Show a partir das 20:00h com as participações da Banda Herança e o Ministério Fonte de Misericórdia. Pelas 22:30h entrará o Ministério Adoração e Vida.
Estamos de braços abertos aguardando a todos. Jesus Misericordioso os conduza para o nosso meio, Ele, a grande razão desse evento.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

DISCURSO NA POSSE DE DOM VALDECI EM BREJO AOS 28/08/2010


 

Caros: Dom Valdecir, Dom Valter bispo emérito de Brejo, Dom Xavier bispo emérito e Administrador apostólico de Viana, Dom Reinaldo bispo de Coroatá, Dom Sebastião Bandeira Bispo Coadjutor de Coroatá, Dom Belizário Arcebispo de São Luís - Ma, Dom Geraldo Dantas Bispo Auxiliar de São Luís - Ma, Dom Eduardo bispo de Campo Maior – Piauí, Dom Armando bispo de Bacabal, Dom Carlos Elena bispo de Zé Doca, Dom Luís bispo de Caxias, Dom Alfredo bispo de Parnaíba – Piauí, Dom Ângelo bispo de Quixadá, irmãos no Sacerdócio, povo de Deus aqui reunido!

Neste dia 28 de agosto de 2010, a Igreja Católica escreve mais um capítulo de sua vasta história no mundo ao empossar neste recanto do maranhão e do Brasil, mas particularmente na Diocese de Brejo seu terceiro bispo diocesano, o maranhense, coroataense, Dom Valdecir Mendes.

Meus irmãos há apenas oito dias na cidade de Arari pela imposição das mãos de Dom Reinaldo Punder, bispo diocesano de Coroatá, de Dom Valter, então, bispo administrador de Brejo, de Dom Xavier, bispo administrador de Viana e de mais bispos ali presentes Dom Valdecir até então Monsenhor Valdecir, foi ordenado Bispo com o encargo pastoral para com a Igreja particular que lhe foi confiada, a Igreja de Brejo. “Assim foi conferido a Dom Valdecir o ápice do ministério sagrado, a plenitude do sacramento da Ordem, conforme ensina O Concílio Vaticano II lembrado no nº. 1557 do Catecismo da Igreja Católica”.

No que diz respeito à realidade geográfica, sócio - política, econômica e religiosa da nossa diocese, não deve ser algo estranho para Dom Valdecir haja vista que tal realidade em alguns aspectos pouco difere da realidade das demais dioceses deste Maranhão.  Neste sentido o que discorrerei agora servirá apenas como confirmação ou lembrança do que já estamos cansados de saber.

Dom Valdecir a Diocese de Brejo está localizada na região do Baixo Parnaíba que abrange os municípios de Magalhães de Almeida, São Bernardo, Tutóia, Santa Quitéria, Brejo, Santana do Maranhão, Paulino Neves, Água Doce, Araioses, Milagres do Maranhão, Barrerinhas, Urbano Santos, Belágua, São Benedito do Rio Preto, Chapadinha, Anapurus, Mata Roma, Buriti, Duque Bacelar, Coelho Neto e Afonso Cunha.

Os municípios da região do Baixo Parnaíba estão classificados como os mais pobres do Estado, com índice muito baixo de desenvolvimento humano (IDH), com taxa de analfabetismo entre as mais altas do país, com alto índice de desmatamento em função do agro negócio da soja, eucalipto e da cana-de-açúcar, deixando a região como a mais pobre do Maranhão. Trata-se de um novo latifúndio, novo, aliás, só na aparência, porque na verdade é a continuação daquele iniciado lá em 1500 a 1800, e que agora se enfeita melhor, camufla melhor, mascara melhor, mas mantêm as mesmas velhas práticas e os mesmos velhos costumes que são: apropriar-se de grande faixa de terras, expulsar trabalhadores de suas terras, arrebentar o meio ambiente e construir documentos frios em cartórios da própria região. Uma aquisição desonesta e desleal.

No que diz respeito ao aspecto político o coronelismo ainda é muito forte, o analfabetismo e a pobreza são uma correnteza que leva à compra e venda de voto, um ato claro de corrupção conforme a Lei 9.840, lei neste instante até certo ponto enfraquecida, quando meios espúrios continuam sendo usados e valendo, pois o que importa é a permanência no poder. E o pior, com a conivência ou a omissão de parte do Ministério público e do Poder judiciário.

No que diz respeito ao aspecto religioso, e observando o contexto do momento nos vários aspectos mostrados, creio que a Igreja de Brejo tem condição de ser um sinal de esperança para tantos homens e mulheres, moças e rapazes, negros e índios, crianças e jovens que buscam um lugar ao sol. Um sol que para despontar, que para raiar na vida desse povo dependerá da posição que vamos tomar frente a realidade que se apresenta.

No deserto na hora do cansaço e da sede, Moisés tomou de uma vara e ao bater na rocha fez a água jorrar. Os problemas que o Baixo Parnaíba enfrenta hoje, se desenham como uma grande rocha, uma grande pedra, que se agigantam na frente do povo dificultando suas vidas, necessitando, portanto, de novos Moisés que não tenham medo de atingi-las, de abri-las, de desferi-las não com qualquer vara, mas principalmente com a vara da palavra, com a vara do Evangelho, com a organização das comunidades e com a própria Eucaristia, para que essa realidade, no que compreende agentes e instituições, empresas e empresários se convertam em humanidade e sensibilidade e  a água que neste instante tem saciado apenas um grupo e tem faltado para o outro, possa saciar e descansar a todos. Dessa maneira a solidariedade pelos pequenos e pobres não será um acontecimento que estanca nas lutas e nas reivindicações, mas, muito mais que isso, essa solidariedade será sim um ato, uma celebração, uma liturgia através da qual a consciência política e social ali adquirida, será também um ato de conversão e de espírito cristãos também ali adquiridos.

Na vossa chegada à Diocese, a mesma acaba de aprovar e publicar as diretrizes para os sacramentos. Eles são de suma importância para a organicidade da nossa pastoral principalmente no que tange aos sacramentos, e o exercício das mesmas constitui o primeiro grande passo para a nossa unidade, para a nossa pastoral de conjunto, um desafio que precisa ser atacado, que precisa ser superado.

A forma de proposição de algumas denominações religiosas tem feito o cristianismo e muitos cristãos mancos, enfraquecidos, confusos. E as diretrizes diocesanas existem também no sentido de depurar, de purificar e de refinar esse cristianismo às vezes tão cheio de vícios, de dengos e de manias até mesmo dentre muitos dos nossos católicos. No entanto, as mesmas não podem ser uma mão de força que não levam em consideração a pessoa, seu contexto, sua história e sua vida. Observemos cada caso, e nos casos em que a lei só declarar o pecado da pessoa, mas não oferecer condições para recuperar a mesma, façamos uso da misericórdia, quem sabe, através dela essa pessoa possa ser buscada, acolhida, recuperada e nossa Igreja acaba de demonstrar um largo sinal de sensibilidade e humanidade.

Dom Valdecir, como apresentei acima, somos 16 paróquias e vinte um municípios, com eles nós formamos a Igreja de Brejo que ora V. Excia. assume como pastor. Uma diocese com a dimensão da nossa e com os problemas que acabamos de colocar não deixa de ser um grande desafio sua administração e sua pastoral. Sabendo disso é que neste instante em nome do nosso clero, asseguro-o do nosso apoio e colaboração no sentido de caminharmos juntos na busca de uma diocese onde seu povo, suas ovelhas se sentirão cada vez mais acolhidas e amadas, não precisando ir a outros campos ou a outras montanhas, porque aqui neste monte, tem o pasto que elas procuram e merecem depois de um dia de fadiga e cansaço: nosso amor, nossa caridade, nossa misericórdia e nossa compreensão.