Páginas

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

HOMILIA DE NATAL

O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz.
Nós estamos no princípio da pregação de Isaias.  O ambiente escolhido por ele para dar largada a sua pregação é Cafarnaum na Galiléia, região em que as trevas como nuvens baixas caíram sobre ela.
Que trevas são essas? “Primeiro foi a ocupação dos assírios por volta de 733 antes de Cristo. Segundo, foram as conseqüências dessa invasão. Fome, asilo, escravidão, opressão, enfim.”
 Aqui nasce a pergunta: Tudo acabou, não tem mais jeito? Claro que ainda tem jeito. Pois é a este povo exilado, expulso de suas terras e duas casas, machucado e oprimido até o extremo, que é levada a promessa de uma vida melhor, _____a Boa Nova trazida por Jesus, ele mesmo, o reino, a felicidade, a justiça, a paz e a vida para todos.
Então, se o reino chegou, se a felicidade chegou, se a luz chegou, o que é preciso para nos aproximarmos dessa luz?
Falta-nos experimentar a conversão, falta-nos experimentar a santificação, ou seja, com a volta de Deus, com a chance que Deus nos dá vindo até nós, é preciso mudar tudo, mudar nossos conceitos, mudar nossas razões, mudar nosso machismo, mudar nossas paixões, mudar nossos preconceitos, mudar nossos caprichos, mudar nossas ações.
Jesus é a luz, e como luz não veio por acaso para o meio de nós, ele não está aqui de brincadeira. Jesus veio para iluminar a sua vida, Jesus veio para lhe arrancar das imersões, das profundezas de suas trevas. Jesus veio para lhe arrancar dessa sombra espessa, dessa sombra grossa de morte que o pecado, o ódio, o egoísmo possa vos ter levado.
Estamos assim celebrando mais um natal. Nesta noite, mais uma vez nos é dado Jesus, chamado pelo profeta Isaias de príncipe da paz, Deus forte, conselheiro. Forte porque trás uma força renovadora de toda velhice. Velhice de rancor, de orgulho, de ódio, que infelizmente ainda enrugam e mancham nossa sociedade.
Embora sendo forte, nós hoje o contemplamos numa manjedoura, na singeleza de uma estrebaria, na frieza da madrugada de Belém, anunciando que o ambiente atual onde os frutos produzidos pelo país continuam mal distribuídos, onde lavradores são expulsos de suas casas e de suas terras, onde matas inteiras são destruídas para a implantação de projetos que visam o capital em detrimento da vida das pessoas e do meio ambiente. Esse cenário não corresponde ao desejo do Pai que sempre quis vida abundante para todos e aponta com o nascimento de seu filho uma libertação definitiva.
Continuemos contemplando a singeleza do presépio, que não seja uma contemplação inerte, parada, morta, indiferente. Mas ao olharmos os panos que enrolam o menino, lembremos dos tantos meninos e das tantas meninas por esta cidade, por este Maranhão e por este País afora que não dispõem de um farrapo, de um pedaço de pano para nesta e nas outras noites se enrolarem.
Esta é a noite em que mais uma vez os pastores são envolvidos com a luz anunciada pelo anjo. E como eles a esperavam, uma vez que as trevas da fome, do desemprego, da perda de suas casas e de suas terras continuam baixando forte sobre eles.
Eles são os lavradores e as lavradoras do Baixo Parnaíba desde Magalhães de Almeida até Coelho Neto, eles são os lavradores e lavradoras da região de Balsas, eles são os quebradores e as quebradoras de coco da região dos cocais maranhense, ele são os pescadores dos lagos da baixada maranhense muitos deles expulsos de suas terras pelos plantadores de soja, eucalipto, cana de açúcar, um novo modelo de latifúndio que há mais de 20 anos chegou neste estado e foi se apropriando de grandes faixas de terras, com a conivência e o apoio dos governos estaduais e municipais, poder judiciário e ministério público, enxotando os seus legítimos donos que são os homens e mulheres de bens que moram aí há tantos anos. E aqui eu aproveito para fazer uma proposta à nossa câmara de vereadores. Há um provérbio que diz que quando a gente ver a barba do nosso vizinho arder a gente deve por a da gente de molho. Nós não temos ainda plantações de soja na área de Tutóia, mas os plantios estão em Santana do Maranhão, portanto o perigo está na porta. Somos uma região de vocação turística, e o turismo como também está a serviço do capital, pode chegar e desbancar muita gente de suas terras e de suas casas.
Por essa razão nesta noite de natal, noite que para nós cristãos o natal vai além das comidas e bebidas caras, vai além também das músicas, roupas e extravagâncias, proponho à nossa câmara que crie um projeto de lei que claramente diga que a partir desta data fica proibida a venda de terras deste município para grupos empresariais de fora principalmente se for para projetos de monocultura de soja, eucalipto, ou algo do gênero. E assim esse município continue sendo dos seus munícipes e não de estranhos.
“Celebrar o natal é saber que Deus nunca se esqueceu de nós e sempre quis está conosco igualando-se a nós”. Portanto, nesta noite em que celebramos mais um natal, nesta noite em que celebramos mais um nascimento do menino Deus, queria que ao olharmos o presépio de Belém, ao olharmos tamanha singeleza, ao olharmos tamanha fraqueza, tamanha pobreza, nós pudéssemos lembrar dos inumeráveis presépios, não de palhas, mas de papelões, levantados, construídos nas periferias de nossas cidades. Gostaria que nós também lembrássemos das inumeráveis manjedouras, que são aquelas redes pequeníssimas, remendadas, outras rasgadas, porque não foi possível conter, suportar o peso de mais de uma criança que tinha que dormir ali. Gostaria que nós lembrássemos ainda das manjedouras que são os bancos de praças e rodoviárias, onde deitam tantos mendigos, jovens e velhos, porque esta sociedade que discrimina lhes impediu de ter um teto, e o natal das roupas e comidas caras não chegou para eles.
Como estão vendo, o natal não é só uma emoção por este acontecimento de mais de dois mil anos atrás. O Natal verdadeiro é acima de tudo aquele que me faz pensar e me solidarizar com aqueles para quem o natal ainda não aconteceu, e o menino ainda não nasceu.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

E a feijoada deu o que falar, LOUVAR, DANÇAR...!

Nesse domingo dia 05/12, aconteceu mais um evento em benefício da construção do Santuário! A praia de Tutoia recebeu a comunidade, no Âncoras Bar, do Sr. Ray, para uma deliciosa feijoada com louvor a Deus!

Parabéns, aos organizadores, colaboradores e à comunidade que mais uma vez esteve presente, em especial às pessoas que dedicaram seu domingo para servir ao Senhor, por meio deste evento! Os jovens do JUP merEcem especial destaque pelo trabalho!
Feijoada com pagode "PRA GOD", com a Banda Herança, foi espetacular, mais um SHOW!
Jailson, Crislaine, Sr. Ribamar Véras (B. Herança)


Verônica (B. herança)


Padre Isaque Marques
Fotos: Polliana Damasceno